A nova moda da “dieta mediterrânea”

Postado em 04/03/2013 por Adriano Garcia. Classificado como Carne e saúde, Debates

Já é quase previsível: quase toda semana sai uma dieta nova “mais saudável” para você seguir. Seja em revistas ditas de “informação”, em programas semanais de TV ou em programas ditos “femininos” (que 30 anos após a emancipação da mulher ainda destacam, principalmente, temas domésticos), um médico, ou repórter com uma nova “pesquisa” nas mãos, diz que – agora sim – , seguindo a dieta milagrosa você chegará, tranquilo(a), aos 90 anos!

A novidade agora vem do Fantástico. Segundo a edição de 03/03/2013, aqueles que seguirem radicalmente a “dieta mediterrânea”, rica em peixe, legumes, verduras, nozes, castanhas e, principalmente, azeite, reduzirão em 30% as chances de problemas cardiovasculares, como infartos e “derrames” (ou seja, AVCs).

Como já vimos por aqui, estes estudos requerem uma análise muito mais profunda do que uma reportagem de pouco menos de 6 minutos em um programa dominical. Nunca se sabe quantos, dentro de uma amostra de milhares de pessoas, seguiram fielmente a dieta apresentada, principalmente se este estudo foi desenvolvido como deveria ser, por um prazo prolongado. Burlar as regras é uma característica humana e, quanto mais desinteressante a dieta, mais tentadora é a “escapadinha”.

Outro problema comum deste tipo de reportagem é esquecer que comida também é prazer. Não basta só “ser saudável” ou “fazer bem”. O alimento também tem que ser gostoso, atraente a quem o consome. E este é o maior defeito das dietas milagrosas. De nada adianta uma receita que prolongue a vida até os 100 anos, se, durante todo este tempo, tornar um dos maiores prazeres humanos uma tarefa trabalhosa, aborrecida e sem gosto.

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Da mesma maneira que uma dieta exclusivamente à base de vegetais é nociva à saúde, uma dieta somente à  base de carne também é. Nosso organismo precisa de uma nutrição equilibrada, o que só uma dieta balanceada pode proporcionar. E esta dieta não pode deixar de ter carne vermelha, que, como já provado em outras pesquisas, não faz mal.

E, cá entre nós, mandar uma nutricionista olhar dentro do prato das pessoas, em pleno restaurante, dizendo o que cada um está fazendo “de errado” conforme a nova moda, é, no mínimo, muito desagradável.


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